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Entrevista: “Isolamento levou Rússia a buscar aproximação com a China” (O GLOBO)

 

https://oglobo.globo.com/mundo/isolamento-levou-russia-buscar-aproximacao-com-china-diz-professor-da-fgv-23060858

Na opinião do professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Oliver Stuenkel, a aproximação entre Pequim e Moscou é decorrente do isolamento diplomático russo após a anexação da Crimeia, mas há potencial para divergências geopolíticas na Ásia Central.

O que motiva a aproximação hoje de China e Rússia?

A reaproximação vem acontecendo desde 2014 em resposta à anexação da Crimeia e as sanções contra a Rússia, que acabaram por encerrar a aproximação de Moscou com o Ocidente. A Rússia agora se vê numa situação delicada, com poucas opções, e portanto se aproxima da China de maneira pragmática.

Em que os interesses dos dois países coincidem e em que divergem?

A Rússia precisa de fortes parceiros comerciais e diplomáticos no cenário internacional, e portanto a aproximação é fundamental, principalmente do ponto de vista econômico. A China tem o hábito de resgatar e proteger países economicamente isolados porque isso gera uma dependência.

Historicamente, a relação entre China e Rússia foi marcada pela desconfiança. A aproximação de agora é só de conveniência?

Para a China, é favorável à China ter a Rússia contra a parede, especialmente na comercialização de seu gás natural. Mas há muito potencial para conflitos geopolíticos, especialmente porque a China tem expandido sua influência na Ásia Central, inclusive em repúblicas da antiga União Soviética, consideradas pela Rússia como “seu quintal”.
Xi não mencionou os Estados Unidos, mas afirmou que o clima geopolítico internacional cada vez mais imprevisível torna ainda mais importante a parceria…

Ler entrevista completa aqui.

SOBRE

Oliver Stuenkel

Oliver Della Costa Stuenkel é analista político, autor, palestrante e professor na Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Ele também é pesquisador no Carnegie Endowment em Washington DC e no Instituto de Política Pública Global (GPPi) ​​em Berlim, e colunista do Estadão e da revista Americas Quarterly. Sua pesquisa concentra-se na geopolítica, nas potências emergentes, na política latino-americana e no papel do Brasil no mundo. Ele é o autor de vários livros sobre política internacional, como The BRICS and the Future of Global Order (Lexington) e Post-Western World: How emerging powers are remaking world order (Polity). Ele atualmente escreve um livro sobre a competição tecnológica entre a China e os Estados Unidos.

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