Brazil BRICS Other languages

Expansão do Brics é triunfo diplomático para Pequim e traz desafios para o Brasil (Estadão)

https://www.estadao.com.br/internacional/oliver-stuenkel/brics-antiocidental-e-triunfo-diplomatico-para-pequim-e-desafio-para-o-brasil-leia-a-analise/

Inclinação mais antiocidental do grupo BRICS requer recalibragem estratégica da política externa brasileira

A expansão do grupo BRICS, anunciada durante a 15ª cúpula dos líderes em Joanesburgo, dá início a um novo capítulo do bloco, que agora passará a incluir o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arabia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. A Argentina também foi convidada, mas sua adesão ainda está incerta: Javier Milei, primeiro colocado nas recentes primárias argentinas, promete diminuir os laços diplomáticos com a China, enquanto Patricia Bullrich, cuja coalizão obteve o segundo maior número de votos, deixou claro que se opõe à adesão do país ao grupo BRICS. Porém, é possível que qualquer um dos dois, uma vez eleito, adote uma postura mais pragmática para não antagonizar a China, o segundo maior parceiro comercial da Argentina.

O convite feito aos seis países representa uma vitória para a China, que há anos vem tentando ampliar o grupo, mas encontrava resistência por parte de Nova Deli e Brasília, que temiam uma perda de influência no bloco. Porém, diante do papel dominante de Pequim no grupo – a economia chinesa é maior do que as de todos os outros membros somadas – era uma questão de tempo até que Xi Jinping alcançasse seus objetivos. De certa forma, é natural que a China, país com ambições globais, queira construir instituições que possam formalizar seu status de superpotência, da mesma forma que as…

Ler matéria na íntegra

SOBRE

Oliver Stuenkel

Oliver Della Costa Stuenkel é analista político, autor, palestrante e professor na Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Ele também é pesquisador no Carnegie Endowment em Washington DC e no Instituto de Política Pública Global (GPPi) ​​em Berlim, e colunista do Estadão e da revista Americas Quarterly. Sua pesquisa concentra-se na geopolítica, nas potências emergentes, na política latino-americana e no papel do Brasil no mundo. Ele é o autor de vários livros sobre política internacional, como The BRICS and the Future of Global Order (Lexington) e Post-Western World: How emerging powers are remaking world order (Polity). Ele atualmente escreve um livro sobre a competição tecnológica entre a China e os Estados Unidos.

LIVRO: O MUNDO PÓS-OCIDENTAL

O Mundo Pós-Ocidental
Agora disponível na Amazon e na Zahar.

COLUNAS